A inteligência artificial seria mesmo artificial? Uma releitura do conceito de inteligência a partir das noções de extensão e de conectividade
DOI:
https://doi.org/10.5294/pacla.2024.27.1.11Palavras-chave:
Inteligência artificial, algoritmos, inteligência, ChatGPT, ecologia das mídiasResumo
Este artigo pretende apresentar uma crítica da expressão “inteligência artificial” (IA), apontando-lhe possíveis inadequações e aporias. Para isso, dedica-se a algumas possibilidades de releitura da IA a partir da noção de “extensão humana” de M. McLuhan e, sobretudo, da ideia de “conectividade” de M. Di Felice, aqui concebida como a capacidade de entes humanos e não humanos de estabelecer conexões em um dado ecossistema. Partindo dessa leitura, no âmbito de tecnologias estocásticas como o ChatGPT, um sistema inteligente seria aquele capaz de ampliar suas conexões e, com isso, de transformar-se continuamente: assim, em vez de ruídos ou focos de instabilidade, as mudanças geradas por novas conexões atuariam como elementos decisivos e mesmo necessários ao próprio aprendizado do sistema.
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