Escrita de roteiros: entre arte e artesanato
DOI:
https://doi.org/10.5294/pacla.2021.24.2.5Palavras-chave:
Ensino, liberdade de expressão, regras, ensino acadêmico, ensino acadêmico de arte, narrativa, realizador cinematográfico, cineasta, diretor de cinema, estudos de cinemaResumo
Neste artigo, é analisado o ensino da escrita de roteiros e da narrativa em termos de arte e artesanato. Argumenta-se que, desde que o Romantismo foi estabelecido como a visão ocidental dominante da arte e da cultura no século XIX, abriu-se uma lacuna entre as noções que as pessoas têm sobre a arte e o artesanato; com isso, é promovido o primeiro e degradado o segundo. Essa brecha impede o ensino da escrita de roteiros e da narrativa em geral. Em consequência, os historiadores da arte e os sociólogos da arte sugerem desenvolver um “terceiro sistema de arte”, em que reintegre o artista e o artesão, bem como os valores baseados na arte e no artesanato. Para isso, foram desenvolvidos os princípios básicos de uma “abordagem técnica” para o ensino da escrita de roteiros, o que está em um ponto médio entre uma abordagem espontânea, com vieses românticos, e uma abordagem mecanicista, baseada em regras. Por último, argumenta-se que uma abordagem técnica da escrita de roteiros ou de narrativas poderia ajudar a materializar o “terceiro sistema de arte” e a beneficiar a prática, o ensino e o estudo da escrita de roteiros e da narrativa.
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