A transformação poética da violência estatal cerca de Cem anos de solidão e Atos humanos
DOI:
https://doi.org/10.5294/pacla.2023.26.3.6Palavras-chave:
Atos humanos, Cem anos de solidão, história, memória, violência estatalResumo
A literatura aumenta nossa capacidade de entender e ter empatia com a vida dos outros e seus problemas. Cem Anos de Solidão e Atos Humanos mantêm em mente tanto a história do passado quanto os sentimentos ao incorporar esteticamente as experiências dolorosas na Colômbia e na Coréia, respectivamente. A primeira trata do massacre da plantações de banana nas Colômbia −ocorrida em 1928−, enquanto a segunda trata do massacre na cidade de Gwangju, da Coreia do Sul, em 1980. Embora esses romances difiram em lugar, tempo e causa dos fatos trágicos, tem em comum como o período que eles foram escritos décadas após as tragédias e refletidos poeticamente as desgraças causadas pela violência estatal. A história de um determinado acontecimento pode ser devidamente restaurada não apenas pela história oficial, mas também pela história informal, como a memória de testemunhas e a interpretação de escritores, que por sua vez se desencadeia um processo de transformação. Nessa relação, este artigo visa ampliar o horizonte de reconhecimento de dois acontecimentos trágicos, abordando os problemas da violência histórica e política e da técnica narrativa em torno do testemunho consubstanciado em Cem Anos de Solidão e Atos Humanos.
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